quinta-feira, 15 de maio de 2008

Bela pinga, né amigos???


Sábado passado, como em muitas outras noites, a noite prometia na “cheiérrima” Taverna dos Trovadores.
Os músicos, os nossos amigos do RCTrio, o Staff como sempre no seu melhor, os amigos, bem esses baldaram-se à força toda, casamentos, festas de pijamas, cansaço e outras músicas...
Mas Ass a Fora que se preze não desiste e lá estava eu para mais uma noitada, quem sabe no meio de “gajas” boas, ou de outros amigos, claro que com a sorte que tenho tocaram-me outros amigos, e que amigos...
Bem hajam o Pedro e o Manel que com mais dois colegas foram os meus parceiros da noite, ainda por cima com um enólogo no grupo a noite prometia, pelo menos a pinga.
Então não é que por acaso, (nada é por acaso mas voltando ao assunto), caiu na nossa mesa uma garrafa de “Grou 2004” vinho tinto do Alentejo na zona do Cabeção...
Dizem os entendidos que são as castas que fazem o vinho, a saber: predominante o Alicante Bouschet (70%), Trincadeira (12%), Aragonês (12%) e Touriga Nacional (6%), esta pinga estagiou depois em barricas novas de Carvalho Francês durante 8 meses. E o nosso incansável Fernando lá o encontrou e trouxe para a Taverna e por engano espeta com ele na nossa mesa com 14,5%Vol (ai a brigada na rotunda...)
Bem engano ou não, eis que o nosso enólogo nem o deixou poisar e toca a meter o nariz no copo, segundo ele o cheiro era cheio de notas silvestres, com uma frescura impressionante, com muita menta e eucalipto, a madeira (do casco) estava plenamente integrada, com algum fumo, tabaco, especiarias em conjunto. Um aroma fino e muito refrescante, que foge um pouco aos padrões mais quentes da planície alentejana.
E isto tudo apenas com duas ou três snifadelas, mas se ele diz quem sou eu para contestar, e toca a meter o néctar nos copos, e na boca, um sabor com grande estrutura, a classe voltava a imperar, com uma entrada acetinada, taninos de luxo, muito fruto silvestre, perfume floral, toque mentolado refrescante, novamente com a madeira bem casada, com notas de frutos secos e uma grande profundidade. A acidez é surpreendente, com um volume de boca geometricamente perfeito, conseguindo preencher todas as arestas. Forte, complexo, e fresco, num final longo, com chocolate e notas da madeira de grande nível.
Para mim isto tudo é uma forma muito bonita de beber aquilo a que eu classificava de um belo vinho, viciante (sou suspeito, pois gostei mesmo muito dele, coisa de alentejanos),
Ah, o enólogo responsável por esta pinga é o Anselmo Mendes, que faz pela primeira vez um Alentejano. E que bem que o fez!
Só por curiosidade, foram feitas apenas 8.000 garrafas desta pinga e logo por engano uma delas tinha que vir parar à nossa mesa. Obrigado amigos...

6 comentários:

MisteriosaLua disse...

Ah, e tal, cheiérrima, RCT, Staff, amigos, gajas e tal...mas, no sábado, a estrela foi o vinho!...

Zé dos Anzóis disse...

Vinho??? Qual vinho, SENHOR vinho sff...
Za

zmsantos disse...

Não se vos pode deixar à solta!
Eu faltei, pronto! Cairam logo no vício...

Anónimo disse...

Realmente! Dá-se um bocadinho de liberdade ao rapaz e ele faz logo asneira... Esta juventude já não é o que era! xD

Cravo a Canela disse...

O mais engraçado é que eu estava lá, mesmo ao lado, e ninguém me deu o vinho a provar....

Com amigos assim...

Zé dos Anzóis disse...

Amigo Charraz, tu estavas a trabalhar, não podias beber. No entnto eu pensei em ti e já comprei uma das tais oito mil garrafitas e levo no dia do almoço para provares, ok tu podes beber um copito inteiro os outros vão ter que se contentar com as tuas sobras.
Ahhh pois é, não quero é ficar sem música.
Abraço
Za